As Dádivas do Ócio, de Fato e de Direito!
O meu tempo de ócio, de fato e de direito
Na verdade não é meu de fato,
Apesar de ser direito.
O que eu faço quando chego em casa
cansada do trabalho?
Posso descansar, que é o que quero,
Sem ter que preocupar com horário?
Mas, na verdade, a lida chama:
Cozinha, casa, marido e filho pôr na
cama.
Se quero ler, a hora é essa!
Mas a luz é amarela, a vista dói e a
conta é dessa:
Dessa que cresce em hora de pico.
O jeito é dormir pra não ter risco.
Amanhã a lida é cedo.
Ladainha da boa esperança:
Todo dia é um terço!
Sair dessa vida, eu peço.
Poder ler à luz do dia, estudar e
pintar magia,
Então me despeço.
Mas a verdade é que a magia
Só está em meu sonho
A manhã do dia brilha,
Pássaro canta, é doce engano.
Levantar, aprontar, fazer comida, arrear.
Simbora minha gente,
Que o tempo que eu tenho não é meu,
Tenho, de novo, que a lida começar.
- Raquel Ferreira -
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